Julio Sadao Takamura
De Nikkeypedia
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- | Coronel da reserva da FAB, '''Julio Takamura''', realizou um levantamento que chegou a um número de 122 (até fevereiro de 2007), somando-se apenas Oficiais-Generais (Brigadeiros) e Superiores (Coronéis, Tenentes-Coronéis e Majores) da instituição. Ele planeja atualizar essa quantidade e pesquisar também em todas as patentes. “É uma pesquisa bastante complicada. Precisaria de alguns meses para confirmar quantos são os descendentes de japoneses que integram a Força Aérea”, disse. Mas o Coronel não desanima. Considera que os descendentes formam uma comunidade bastante unida, que se ajuda muito. Inspiração para o seu trabalho não falta. O amor à família e ao passado de desafios o embasam e o emocionam. Essa busca histórica começou a partir da própria genealogia. Fez questão de juntar documentos, ligar para parentes distantes, cruzar dados e mergulhar na história que o antecedeu. Descobriu que o caminho de sua família parecia similar ao da família dos amigos, também descendentes de japoneses: a expectativa, a chegada, a lavoura, a luta, o trabalho, o estudo, a decisão de ficar. Seu pai, '''Massakatsu Takamura''', é natural da província de [[Kumamoto]], no sul do Japão. Ele chegou ao Brasil a bordo do navio “Manila-Maru”, em 1930, no Porto de Santos, com 15 anos de idade. Estabeleceu-se, inicialmente em Santa Eliza, em São Paulo, trabalhando na agricultura. “Minha mãe era de [[Fukagawa]] e chegou em 1935. Meus pais se conheceram no Brasil. Foram para São Paulo e até à Bahia para viabilizar a agricultura em Itiruçu, onde eu nasci”, conta. Foi na Bahia que o menino Julio Takamura sonhou um dia entrar para a FAB. “Lembro de um avião passando em cima da nossa casa. Eu, com 8 anos, estava sentado num galho de abacateiro e disse que queria ser piloto. Meus pais faziam uma exigência: que os filhos não deixassem nunca de estudar”. Takamura entrou para a Escola de Especialistas em 1967. Formou-se Sargento Desenhista. Depois, prestou concurso para a Academia da Força Aérea, onde se tornou oficial-aviador. | + | [[Image:Sushi.jpg|thumb|220px|Prato de sushi]] |
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+ | Coronel da reserva da FAB, '''Julio Takamura''', realizou um levantamento que chegou a um número de 122 (até fevereiro de 2007), somando-se apenas Oficiais-Generais (Brigadeiros) e Superiores (Coronéis, Tenentes-Coronéis e Majores) da instituição. Ele planeja atualizar essa quantidade e pesquisar também em todas as patentes. “É uma pesquisa bastante complicada. Precisaria de alguns meses para confirmar quantos são os descendentes de japoneses que integram a Força Aérea”, disse. Mas o Coronel não desanima. Considera que os descendentes formam uma comunidade bastante unida, que se ajuda muito. Inspiração para o seu trabalho não falta. O amor à família e ao passado de desafios o embasam e o emocionam. Essa busca histórica começou a partir da própria genealogia. Fez questão de juntar documentos, ligar para parentes distantes, cruzar dados e mergulhar na história que o antecedeu. | ||
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+ | Descobriu que o caminho de sua família parecia similar ao da família dos amigos, também descendentes de japoneses: a expectativa, a chegada, a lavoura, a luta, o trabalho, o estudo, a decisão de ficar. Seu pai, '''Massakatsu Takamura''', é natural da província de [[Kumamoto]], no sul do Japão. Ele chegou ao Brasil a bordo do navio “Manila-Maru”, em 1930, no Porto de Santos, com 15 anos de idade. Estabeleceu-se, inicialmente em Santa Eliza, em São Paulo, trabalhando na agricultura. “Minha mãe era de [[Fukagawa]] e chegou em 1935. Meus pais se conheceram no Brasil. Foram para São Paulo e até à Bahia para viabilizar a agricultura em Itiruçu, onde eu nasci”, conta. Foi na Bahia que o menino Julio Takamura sonhou um dia entrar para a FAB. “Lembro de um avião passando em cima da nossa casa. Eu, com 8 anos, estava sentado num galho de abacateiro e disse que queria ser piloto. Meus pais faziam uma exigência: que os filhos não deixassem nunca de estudar”. Takamura entrou para a Escola de Especialistas em 1967. Formou-se Sargento Desenhista. Depois, prestou concurso para a Academia da Força Aérea, onde se tornou oficial-aviador. | ||
+ | [[Image:Sushi.jpg|thumb|220px|Prato de sushi]] | ||
“No legado que os nossos pais e tantos outros imigrantes japoneses deixaram para os seus filhos, estão um pouco da cultura, das tradições, dos costumes e da disciplina japonesa, tornando o descendente brasileiro especial e verdadeiramente orgulhoso de ter recebido esta influência”, diz o “pesquisador”. | “No legado que os nossos pais e tantos outros imigrantes japoneses deixaram para os seus filhos, estão um pouco da cultura, das tradições, dos costumes e da disciplina japonesa, tornando o descendente brasileiro especial e verdadeiramente orgulhoso de ter recebido esta influência”, diz o “pesquisador”. | ||
+ | [[Image:Sushi.jpg|thumb|220px|Prato de sushi]] | ||
Hoje, ele é casado com Laura Imazawa, tem dois filhos, Eduardo Kenji e Tatiana Sayuri Takamura. | Hoje, ele é casado com Laura Imazawa, tem dois filhos, Eduardo Kenji e Tatiana Sayuri Takamura. | ||
Revisão de 17:55, 24 Outubro 2008
Coronel da reserva da FAB, Julio Takamura, realizou um levantamento que chegou a um número de 122 (até fevereiro de 2007), somando-se apenas Oficiais-Generais (Brigadeiros) e Superiores (Coronéis, Tenentes-Coronéis e Majores) da instituição. Ele planeja atualizar essa quantidade e pesquisar também em todas as patentes. “É uma pesquisa bastante complicada. Precisaria de alguns meses para confirmar quantos são os descendentes de japoneses que integram a Força Aérea”, disse. Mas o Coronel não desanima. Considera que os descendentes formam uma comunidade bastante unida, que se ajuda muito. Inspiração para o seu trabalho não falta. O amor à família e ao passado de desafios o embasam e o emocionam. Essa busca histórica começou a partir da própria genealogia. Fez questão de juntar documentos, ligar para parentes distantes, cruzar dados e mergulhar na história que o antecedeu.
Descobriu que o caminho de sua família parecia similar ao da família dos amigos, também descendentes de japoneses: a expectativa, a chegada, a lavoura, a luta, o trabalho, o estudo, a decisão de ficar. Seu pai, Massakatsu Takamura, é natural da província de Kumamoto, no sul do Japão. Ele chegou ao Brasil a bordo do navio “Manila-Maru”, em 1930, no Porto de Santos, com 15 anos de idade. Estabeleceu-se, inicialmente em Santa Eliza, em São Paulo, trabalhando na agricultura. “Minha mãe era de Fukagawa e chegou em 1935. Meus pais se conheceram no Brasil. Foram para São Paulo e até à Bahia para viabilizar a agricultura em Itiruçu, onde eu nasci”, conta. Foi na Bahia que o menino Julio Takamura sonhou um dia entrar para a FAB. “Lembro de um avião passando em cima da nossa casa. Eu, com 8 anos, estava sentado num galho de abacateiro e disse que queria ser piloto. Meus pais faziam uma exigência: que os filhos não deixassem nunca de estudar”. Takamura entrou para a Escola de Especialistas em 1967. Formou-se Sargento Desenhista. Depois, prestou concurso para a Academia da Força Aérea, onde se tornou oficial-aviador.
“No legado que os nossos pais e tantos outros imigrantes japoneses deixaram para os seus filhos, estão um pouco da cultura, das tradições, dos costumes e da disciplina japonesa, tornando o descendente brasileiro especial e verdadeiramente orgulhoso de ter recebido esta influência”, diz o “pesquisador”.
Hoje, ele é casado com Laura Imazawa, tem dois filhos, Eduardo Kenji e Tatiana Sayuri Takamura.