Juniti Saito: mudanças entre as edições

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===Comandante, caçador e “samurai”===
 
==Comandante, caçador e “samurai”==


Pela primeira vez na história, a Força Aérea Brasileira tem à frente um nissei (brasileiro, filho de japoneses). Conhecer a história da origem desse oficial-general é compreender mais sobre a força, os ideais e os valores que os imigrantes que chegaram ao Brasil transmitiram aos seus filhos.
Pela primeira vez na história, a Força Aérea Brasileira tem à frente um nissei (brasileiro, filho de japoneses). Conhecer a história da origem desse oficial-general é compreender mais sobre a força, os ideais e os valores que os imigrantes que chegaram ao Brasil transmitiram aos seus filhos.

Edição das 18h12min de 23 de outubro de 2008

Juniti Saito, nascido em Pompéia, no dia 12 de dezembro de 1942, é um militar brasileiro, atual comandante da Aeronáutica.

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Filho dos imigrantes japoneses Iwataro Saito e Toshike Tamaoki, o tenente-brigadeiro-do-ar Saito é o primeiro nipo-brasileiro a chegar ao posto máximo de um dos três braços das Forças Armadas do Brasil.


Comandante, caçador e “samurai”

Pela primeira vez na história, a Força Aérea Brasileira tem à frente um nissei (brasileiro, filho de japoneses). Conhecer a história da origem desse oficial-general é compreender mais sobre a força, os ideais e os valores que os imigrantes que chegaram ao Brasil transmitiram aos seus filhos. Reencontro como começo de história. Raízes como apego ao rumo. Tudo insondável, imaterial, de fôlego infinito e silêncio que diz. Para ele, as paisagens sempre passaram rápidas demais. Piloto de caça, a velocidade do avião fez com que o seu pensamento e o seu raciocínio também fossem, durante a vida, ligeiros. Por vezes supersônicos. Relembrar a vida também se faz assim. Num milésimo de segundo, fundem-se lembranças das fotos em preto e branco e a realidade iluminada. Porém, neste ano, ele viu uma história voltar devagar. Não de avião. Mas de navio. Os olhos puxados e o coração aberto para o passado, vivido em pleno presente. O Tenente-Brigadeiro-do-Ar Juniti Saito, de 66 anos, hoje Comandante da Aeronáutica, viu, sorriu e se emocionou ao mirar uma cena que somente fazia parte da imaginação criada a partir da história que seus pais um dia contaram. De alguma forma, era o reencontro com os pais. O pai e a mãe estavam ali. E quem de nós não vê neblinar os olhos ao ter de volta o pai e a mãe? Estava ali mais do que o tempo porque não se afasta, não se traduz, não há relógio. É só mesmo a lembrança do “ouvir”. Um navio partindo do Porto de Kobe em direção ao Brasil. Lágrimas. A angústia da despedida. A esperança de voltar. Rumo a um país do outro lado do mundo, de onde se tinha notícia que se poderia fazer riqueza em pouco tempo. Toshiko Tamaoki e Iwataro Saito, hoje já falecidos, fizeram, na década de 30, a viagem que mudaria para sempre suas vidas e o destino de sua família. Nunca mais voltariam a viver no Japão. Foram para a lavoura. “Meu pai era um homem do campo, mas minha mãe, não. Ela era estudante e teve que se adaptar à nova vida no Brasil com muitas dificuldades”, conta o Comandante da Aeronáutica. Chegaram a Pompéia, no interior de São Paulo, onde ele nasceu e a família cresceu. A história daquelas pessoas se fez mais longa do que aqueles 52 infinitos dias no mar. O Comandante da Aeronáutica viu de frente toda a história de dificuldades e de luta do início da trajetória da família no Brasil porque, neste ano em que se comemora o centenário da imigração japonesa, uma série de cerimônias foram realizadas no Brasil e no Japão. Do outro lado do mundo, o Tenente-Brigadeiro Saito, convidado especial pelo Governo do Japão, visitou, em abril, diversos lugares que o deixaram especialmente tocado. Ambientes como o Porto de Kobe, de onde seus pais saíram, ou Hiroshima, devastada durante a 2ª Guerra Mundial pela bomba atômica, deixaram o Comandante emocionado. Durante o maior conflito de todos os tempos, os pais dele já viviam no Brasil, mas a dor do acontecimento atravessou todos os mares. Durante sua estada no Japão, ele visitou escolas onde “brasileirinhos”, de famílias que hoje moram naquele país, tentam aprender o difícil idioma. “Eu me identifiquei com aquelas crianças porque passei o mesmo que elas quando cheguei ao Brasil. Até os cinco anos de idade, só falava japonês dentro de casa. Tínhamos muita dificuldade com a língua portuguesa. O que me salvava na escola é que ia muito bem em matemática”, relembra. No Japão, o Comandante foi bastante homenageado. “Fui muito bem tratado por todos”. Ele teve contato com a Família Real, tanto com o Imperador, como com o Príncipe. Conheceu a Base de Defesa Aérea e recebeu, como presente do Comandante da Força daquele país, uma espada de samurai. “Sempre tive o sonho de ter uma. A espada significa força e luta. Me senti honrado”. No Brasil, em junho, o Comandante teve contato novamente com o Príncipe. O nosso “samurai” destaca que este ano é inesquecível na consolidação da amizade entre os povos brasileiro e japonês. Ele, brasileiro filho de japoneses, vibra com esse reencontro entre o passado e o presente. Entre o sonho e a realidade. Entre a lágrima e o sorriso. Entre a esperança, a luta e a vitória. Pensou em quantas estrelas seus pais viram durante o caminho. Quanto de mar. Para seus pais, ficava sua terra e começava uma nova epopéia. Não mais em Aomori, no norte do Japão. Província conhecida pelas maçãs e frutos do mar. Recomeçava nos campos do interior paulista, depois na capital. “Eles ficaram porque o Brasil os recebeu bem. E como amaram esse país...”. Na entrevista em que o Comandante concedeu à Aerovisão, ele revela como o exemplo dos seus ancestrais se fez presente em toda a sua vida. Afinal, foram aqueles 52 dias no mar que abriram o rumo para suas milhares de horas nos céus.


Comandante da Aeronáutica

Dados Biográficos

Posto: Tenente-Brigadeiro-do-Ar

Data de Praça: 05 MAR 1960

Nome da Esposa: VERA REGINA SAITO

Filhos: ADRIANA, CARLOS GUSTAVO e JULIANA

Netos: - Ayana, Tiago, Sarah, Eric e Jéssica

Promoções

POSTO DATA ASPIRANTE 20 DEZ 1965

2º TENENTE 10 JUL 1966

1º TENENTE 23 OUT 1968

CAPITÃO 31 MAR 1971

MAJOR 30 ABR 1975

TENENTE-CORONEL 31 AGO 1981

CORONEL 31 AGO 1988

BRIGADEIRO-DO-AR 31 MAR 1995

MAJOR-BRIGADEIRO-DO-AR 31 JUL 1999

TENENTE-BRIGADEIRO-DO-AR 31 MAR 2003

Cursos Acadêmicos

Curso de Formação de Oficiais Aviadores Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais Curso Superior de Comando e Estado-Maior Curso de Preparação de Instrutor da ECEMAR Curso de Política e Estratégia Aeroespacial da ECEMAR

Cursos Operacionais Curso Operacional de Piloto de Caça Curso de Piloto Operacional em Transporte Aéreo

Principais Cargos

Todas as funções inerentes à unidade aérea de caça no 1°/14° Grupo de Aviação, em Canoas Chefe de Operações e Comandante do Segundo Esquadrão do Grupo de Transporte Especial Chefe de Operações do 3°/10° Grupo de Aviação, em Santa Maria Assessor Técnico e Instrutor de Vôo Junto à Força Aérea Paraguaia, em Assunção Instrutor da Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica Comandante do 1°/14° Grupo de Aviação Comandante da Base Aérea de Canoas Adido Aeronáutico junto à Embaixada do Brasil na Inglaterra e acreditado junto aos Governos da Suécia e da Noruega Chefe do Estado-Maior do Comando-Geral do Ar Comandante do Comando Aéreo de Treinamento Comandante do Segundo Comando Aéreo Regional Comandante do Quinto Comando Aéreo Regional Comandante-Geral de Apoio Comandante-Geral de Operações Aéreas Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica

Experiência de Vôo Possui mais de 6.000 horas de vôo

Aeronaves Voadas TF-33, F-80, T-37, VU-93, C-91, C-95, AT-26, F-5 (TIGER II) e F-103 (MIRAGE III)

Condecorações

Ordem do Mérito Aeronáutico, Grau de "Grã-Cruz" Ordem do Mérito Naval, Grau de "Grande Oficial" Ordem do Mérito Militar, Grau de "Grande Oficial " Ordem do Mérito Forças Armadas - Grau de "Comendador" Ordem do Mérito da Defesa, Grau de "Grande Oficial" Ordem do Mérito Judiciário Militar - Alta Distinção Medalha Militar de Ouro com Passador de Platina Medalha Mérito Farroupilha - concedida pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul Medalha Mérito Negrinho do Pastoreiro - concedida Pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul Medalha da Inconfidência - Grande Medalha - concedida pelo Governo do Estado de Minas Gerais Medalha Alferes Joaquim José da Silva Xavier "Tiradentes" - concedida pela Polícia Militar do Distrito Federal


Predefinição:Ligações externas


Fonte: Ten Luiz Cláudio Ferreira



Fotos do Comandante: